Equilibração e Sinais de Alarme
- Oficina Psicomotora
- 4 de abr. de 2020
- 3 min de leitura
O que é a Equilibração?
A Equilibração é o segundo dos fatores psicomotores.
A Equilibração é uma condição básica da organização psicomotora, visto que envolve uma multiplicidade de ajustamentos posturais antigraviticos que dão suporte a qualquer resposta motora.
É a capacidade de manter a sustentação do corpo utilizando uma combinação adequada de ações musculares, parado ou em movimento.
Reúne um conjunto de aptidões estáticas e dinâmicas abrangendo o controlo postural e o desenvolvimento das aquisições de locomoção.
O controle postural depende de um sistema complexo e exige integração da função tónica, da propriocepção e da relação com o espaço. A segurança gravitacional é a base do controle postural e da Equilibração.
O movimento e a postura são inseparáveis em termos de controlo motor. O movimento tende a deslocar uns segmentos corporais em relação a outros, ou a totalidade do corpo em relação ao solo.
A postura é o resultado de vários mecanismos básicos, que previnem a mudança de qualquer posição, por isso exige o tónus muscular, que confere aos músculos a capacidade de manter as articulações em posições apropriadas.
A Equilibração compreende em termos psicomotores a integração da postura num sistema que combina a função tónica e a propriocetividade nas relações com o espaço envolvente. O sistema vestibular dá o suporte indispensável à equilibração e esta tem relação direta com a Tonicidade.
A ação da propriocetividade, da tonicidade e da exterocetividade, transformada no sistema complexo que traduz a equilibração é a combinação básica de qualquer processo de aprendizagem.
A partir do desenvolvimento da Tonicidade e da Equilibração, o indivíduo adquire a postura bípede, o que possibilita a libertação das mãos. Isto, juntamente com a capacidade de exploração ocular e a aquisição da marcha, dá-se início ao momento de aprendizagem sensório-motora.
Se a Equilibração não é garantida o acesso a várias funções hierarquizadas mais complexas é condicionado. Desta forma se a Equilibração estiver comprometida, as funções psicomotoras mais elaboradas, como a Noção do Corpo, a Estruturação Espácio temporal e as Praxias perdem harmonia, precisão e eficácia.
Para além de afetar os restantes fatores psicomotores, se a Equilibração estiver afetada, pode também provocar instabilidade emocional, ansiedade e hiperatividade, o que gera comprometimento psicomotor e desencadeia dificuldades de aprendizagem.
Tipos de equilíbrio:
O fator Equilibração compreende: a imobilidade, o equilíbrio estático e o equilíbrio dinâmico.
A imobilidade é definida como a capacidade de inibir voluntariamente todo e qualquer movimento durante um curto lapso de tempo.
Através da imobilidade pode-se avaliar a capacidade da criança em conservar o equilíbrio com os olhos fechados, ajustamentos posturais reações tónicas emocionais como ansiedade turbulência instabilidade-movimentos faciais movimentos involuntários, gesticulações sorrisos…
O equilíbrio estático requer as mesmas capacidades da imobilidade.
Exemplos de equilíbrio estático são: manter-se sentado corretamente, andar na ponta dos pés, andar com um copo cheio de água na mão. Andar em cima de uma corda estendida no chão.
O equilíbrio dinâmico exige, ao contrário do estático, uma orientação controlada do corpo em situações de deslocamentos no espaço com os olhos abertos.
O equilíbrio dinâmico está presente em situações, como por exemplo, caminhar sobre uma prancha, equilibrar-se sobre um pé só, inclinar-se verticalmente para frente e para trás.
Sinais de Alerta
12 meses
Não fica de pé em apoio;
Não se aguenta sentado;
Não procura movimentar-se quando de pé, mesmo que em apoio.
18 meses
Não dá passos, mesmo que apoiado num móvel ou com apoio de alguém;
Quedas em várias direcções muito frequentes;
Não se põe de pé, não suporta o peso das pernas;
Anda sempre na ponta dos pés.
24 meses
Não anda com firmeza;
Não se equilibra por muito tempo.
Fontes:
Manual de Ovservação Psicomotora de Vitor da Fonseca
Sinais de Alarme de Armando Fernandes.
Sinais de Alarme do Desenvolvimento Psicomotor da Psicomotricista Mónica Marques.
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